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MARIGHELA

MARIGHELA

O assunto que está “bombando” nas redes sociais é o filme “Marighella”, dirigido por Wagner Moura, que estreia na direção de um longa, com um filme bastante polêmico, como não poderia deixar de ser, quando é baseado em um personagem pouco conhecido — mas muito falado — da história brasileira.

Simplificando a questão, Marighella foi um “revolucionário” que é uma forma de se referir a um terrorista, que era considerado o chefe da organização ALN (Aliança pela Libertação Nacional), considerada por muitos, como a maior entidade dedicada a combater o governo militar, iniciado em 1964.

O filme tenta vender uma narrativa na qual Marighella é tratado como “vitima” dos militares, mas por ter se formado e ter exercido um mandato político, como deputado, se alega que foi “forçado” a fazer o que fez, devido a perseguição política, algo que é defendido apenas pela esquerda, a mesma que trata “pessoas” como Che Guevarra, como vítima.

Não sou historiador e sequer assisti ao filme, mas o que já foi dito sobre ele me leva a preferir nem assistir, se bem que algum dia vou ver sim, afinal para se ter a exata noção de algo é preciso ver. Só garanto que não está em minhas prioridades.

Além da questão política tem outra questão, o ator que interpreta Marighella é o “Seu Jorge”, ator a cantor e um negro retinto, sendo que Marighella era filho de um italiano com mãe africana, portanto um “mulato”, segundo esquecidas definições para etnia, que já não existem mais… atualmente o “negro” quer ser reconhecido apenas como “negro” embora a a comunidade que solicita respeito aos “negros” não aceite o termo… o simples fato de chamar um negro de “negro” pode acabar em um processo por racismo.

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Não consigo entender isso, pois o próprio negro ostenta camisetas com os dizeres “100% NEGRO” porém não admite que alguém possa escrever o mesmo, caso se considere 100% branco e para complicar não pode chamar uma pessoa de negro, exceto se também for negro… talvez Freud explique.

 O fato é que Marighella era negro, tinha diversos aspectos da etnia, então não vejo problemas em colocar um ator que parece “um pouco mais negro” para interpreta-lo. Mas isso me faz lembrar a polêmica que surgiu quando tentaram colocar uma atriz branca para interpretar Dona Ivone Lara em um musical.

A atriz e cantora Fabiana Cozza é tão negra quanto Marighela, filha de pais de etnias diferentes, mas parte da “comunidade negra” não aceitou que fizesse o papel de Dona Ivone Lara, que inclusive era conhecida da atriz e já havia manifestado o desejo de que ela a interpretasse em musicais, mesmo porque a mesma cantava suas músicas com desenvoltura.

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Dois pesos, duas medidas… os mesmos que recusaram uma atriz “branca” apoiam que uma personalidade “branca” seja interpretada por um negro. É assim que funciona a incoerência, mas temos que “aplaudir” e aceitar.

Sinceramente, não me importa quem interpretou Marighela, podia ser o Toshiro Mifune ou o Jackie Chan, afinal cinema é a arte de enganar a 24 quadros por segundo, já dizia Alfred Hitchcock. O próprio diretor, Wagner Moura, já interpretou o colombiano Pablo Escobar e não esteve a altura do papel, foi aceito no Brasil e em outros lugares, no entanto os colombianos não gostaram.

E em toda essa discussão querem vender a ideia de que estão boicotando o filme, ao mesmo tempo que afirmam que é o filme brasileiro mais visto… após a pandemia. O mesmo que dizer que é o único filme brasileiro visto após a pandemia, já que praticamente não houve lançamentos neste período. Sem contar que se interpretar os números a luz da matemática, haviam 15 pessoas em cada sala, analisando as notícias de que foi visto por 70 mil pessoas.

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Tudo bem, quando fui assistir “Sem tempo para morrer”, o ultimo 007 com o ator Daniel Craig, haviam apenas 5 pessoas na sala (contando comigo) o que não significa que nas outras sessões também tenha sido assim e olha que este filme era esperado pelos fãs, há mais de 2 anos. Do Marighella afirmam ser 70 mil espectadores até o momento em que escrevo esta linhas… como se fosse um número alto, porém é absurdamente baixo, novamente os interessados vendem apenas uma narrativa.

Só para efeito de comparação, “Marighela” teve 72 mil espectadores, enquanto o filme “Eternos”, da Marvel teve 1.1 milhão, ambos são estreias próximas e “pós-pandemia”.

Para mim é apenas um filme e a história de Marighella é apenas uma história muito mal contada, onde a mentira dá o tom, no real e na dramaturgia. Alguns querem que o personagem passe por “santo” afirmando que jamais matou alguém…é algo como dizer que Hitler também não matou ninguém pessoalmente. Outros querem que seja tratado como um terrorista ao estilo talibã, o que também não é o caso, o cara tinhas suas convicções e viveu por elas, também morreu por conta delas, ao encarar um inimigo muito mais poderoso, por questões particulares.

O fato é que os mesmos argumentos que desejam transformar em “vítima” são a base para entender que ele viveu como quis e teve que arcar com as consequências, não se trata de uma “vítima da sociedade” como querem fazer crer, o cara sabia muito bem o que fazia.

Gostar ou não do que Marighella fez é opção de cada um… gostar do filme é outra história, falo sobre isso quando — e se — for assistir um dia, por enquanto estou comentando apenas sobre o mimimi.

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