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TURBANTES

TURBANTES

Estabeleceu-se que o “correto” ao se referir a pessoas que não sejam consideradas da cor branca ou melhor dizendo, da etnia caucasiana deveriam ser chamados de afro-descendentes.

Vou esclarecer primeiro porque considero isso uma besteira. É fato que as pessoas de pele negra não vem apenas da África, elas também tem origem em diversos outros continentes ou países, como por exemplo: India, Paquistão, Afeganistão, Oriente Médio, Jamaica e a África, entre outros.

Já quanto ao turbante, não se sabe exatamente quem o inventou, mas é fato que já era usado no oriente, antes de ser adotado no continente africano.

A despeito disso, ou seja, negros não terem apenas origem africana e que turbantes não tem também tal origem, uma garota, cujo nome é Thauane Cordeiro, estava tranquilamente no metrô de São Paulo, quando foi abordada por uma destas pessoas que faz questão de ser chamada de afro-descendente e foi criticada por estar usando um turbante. Segundo a acusadora, estaria praticando uma APROPRIAÇÃO CULTURAL e foi solicitada a tirar o turbante.

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Poderia ser um fato isolado, mas não é, o termo APROPRIAÇÃO CULTURAL vem sendo usado de forma insultuosa, contra diversas pessoas e não apenas por pessoas de etnia negra, mas pessoas muito “preocupadas” com algo que provavelmente não entendem direito.

Veja o que estes “mimizentos” estão dizendo, clicando na imagem abaixo, que leva a uma matéria interessante e bem feita, do UOL, sobre este tema.

iStock

Ai… se não é gaúcho, não pode usar bombacha, se não é oriental não pode usar quimono… santa chatice, Batman!

O fato é que obviamente o turbante não tem dono, então na verdade quem realmente se apropriou dele — como seria o caso de alguns afro-descendentes — quer agredir pessoas que simplesmente gostam de usar um pano na cabeça ou preferem usar, como é o caso lá da Thauane, que se sente melhor não exibindo uma careca que pouco tem a ver com a imagem que tem de si mesma.

E assim é com muitas coisas, uma lamentável cultura do “num podi” que é simplesmente execrável, porque não são as pessoas que definem o que as outras pessoas podem ou não fazer e sim leis, convenções sociais e principalmente o bom senso.

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Se não fosse assim então negros — ou afro-descendentes, como queiram — não poderiam tingir seu cabelo de louro ou sequer usar peruca, também nem poderiam usar nossas roupas ocidentais, uma vez que não é assim que se vestem em seu continente de origem. Se prezam tanto uma cultura, então vivam de acordo com ela, ao invés de tentar impedir que outras pessoas usem, apenas porque gostam.

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Usar temas culturais de outras origens é muito mais uma homenagem do que qualquer outra coisa, claro que há casos de exagero, como misturar temas, mas aí é mais questão de mau gosto do que algum tipo de ofensa.

Se fosse para levar a “ferro e fogo” os índios teriam que andar nús, quando não estivessem em suas terras demarcadas, afinal vestir as roupas que usamos poderia ser considerado APROPRIAÇÃO CULTURAL tanto quanto se qualquer um de nós quisesse usar aquele adereço nos beiços, que o cacique RAONI tentou — sem sucesso — popularizar e nem pensar em ter índio no carnaval, exceto se forem “originais”.

Os índios já estavam por aqui antes de chegarmos ao continente sul americano e apesar de só nos interessarmos pelos aspectos de sua cultura para o carnaval, tomamos suas terras, na “mão grande” e neste caso é válido um indígena reclamar disso, mesmo que use roupas de vaqueiro, esteja em uma caminhonete moderna, com seu celular e receba muito dinheiro — pago por nossos impostos — afinal todo o Brasil foi tomado de várias tribos que estavam aqui, quando portugueses, espanhóis, holandeses e vários outros vieram roubar.

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É preciso um pouco mais de humildade e inclusive lembrar que não é porque alguém de sua etnia, raça ou mesmo ascendência inventou algo, que isso não possa ser usado por outras pessoas.

Santos Dumont inventou o avião, mas o mundo inteiro usa e inclusive os norte americanos alegam que a invenção é dos irmãos Wright, porque teriam solicitado a patente ou talvez “voado” antes, mesmo que seu voo tenha sido mais uma estilingada do que realmente decolar, fazer manobras no ar e pousar. Nem tente discutir com um norte americano esta questão, ele vai afirmar que Santos Dumont se apropriou “culturalmente” da ideia, como se Santos Dumont estivesse naquele falso voo antes de se aventurar a dominar o “mais pesado que o ar” pois o “mais leve que o ar” ele já dominava e nunca afirmou ter inventado o balão… que casualmente é obra de outro brasileiro, mas tem pelo menos uns 10 que se afirmam inventores, esquecendo todos que os chineses já usavam balões lá nos idos do século 200, apenas não se penduraram neles.

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A APROPRIAÇÃO CULTURAL é apenas um termo idiota que se usa para definir que você se incomoda com alguém que usa algo que nunca te pertenceu.

E ainda que você tenha inventado algo, ainda assim não será APROPRIAÇÃO CULTURAL, mas sim APROPRIAÇÃO COMERCIAL, já que a cultura tem um  contexto social e não individual, não existe cultura se apenas uma pessoa define um padrão, precisa existir um grupo e não é algo que se possa registrar em uma espécie de cartório e impedir que outros usem… ou não deveria ser, pois certamente há quem tente isso.

Quando você faz isso em nome de uma raça, de um país ou mesmo de um pequeno grupo, está indo contra o que representa a palavra, já que a cultura é algo de que deveríamos poder nos orgulhar e não desejar que seja exclusividade, mesmo porque tem muitas culturas que as pessoas simplesmente preferem nem ouvir falar.

E tem aquela frase, muito conhecida: “O HÁBITO NÃO FAZ O MONGE” então não pense que vestir ou usar um adereço significa que alguém quer passar por algo que nunca foi ou será. Mas implicar com isso faz de você uma pessoa bem menor do que pretende ser.

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