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ALEXANDRE GARCIA JORNALISMO SEM GRAVATA

ALEXANDRE GARCIA JORNALISMO SEM GRAVATA

O jornalismo, especialmente da TV, deixou de ser uma opção desde que a Internet começou a absorver alguns dos maiores nomes do jornalismo brasileiro e restam poucos vivos ou que não “melanciaram” ou cederam ao deslumbre fácil de se transformarem em “influenciadores digitais” algo que qualquer criança de 5 anos consegue fazer melhor que estes marmanjos.

Alexandre Garcia é um profissional absolutamente dedicado a seu trabalho e que acompanho desde que me conheço por gente, eu o lia na Veja (quando vali a pena ler Veja) e outras publicações, estava também na Globo, que por muito tempo foi minha referência em jornalismo e durante a pandemia e todas as atrocidades cometidas em nome da ciência e da saúde foi simplesmente “chutado” da Globo e depois da CNN, que o havia “acolhido”, mas não suportou sua sinceridade.

Raramente preciso confirmar algo dito por Alexandre em seus comentários precisos e espartanos, no máximo vou buscar mais informações, até porque ele é mestre em finalizar seus comentários com frases de efeito, como a que usou para o fato de Zanin, ex advogado do Lula (ou Ladrão, como queiram), ter sido nomeado relator na questão de Bolsonaro ter recorrido ao STF sobre sua cassação”. Alexandre terminou a nota com esta pérola do minimalismo informativo:

 – O fato já se basta!

Não acredite em mim, veja no vídeo, um dos primeiros de 2024.

Sorte da Internet, a qual Alexandre se adaptou muito facilmente e apesar de não ser íntimo do mesmo, posso imaginar que esteja trabalhando menos e ganhando mais, com a liberdade de ser um dos poucos profissionais da área que não tem medo de dizer a verdade, sem disfarces e baseada em fatos e não pautas. Apesar de ter criado sua persona nas redes sociais, continua trabalhando em jornais, rádio e seus textos ainda são publicados nos melhores jornais e revistas, não é mais um “influenciador digital” deslumbrado, que acha que precisa “causar” para ter um duvidoso sucesso.

Quase sempre, meu café da manhã é acompanhado das notícias do Alexandre Garcia e de seus bem humorados comentários sobre as agressões ao nosso idioma.

Praticamente é a minha única referência atual, fora o Google e algumas IA, para acompanhar o dia-a-dia do mundo, infelizmente não dá mais para assistir jornais, seja na Internet ou outras mídias, que só sabem “encher linguiça”, com informações carentes de lógica ou simplesmente pagas para serem veiculadas, a credibilidade se foi e sinceramente, estou velho demais para perder meu tempo com coisas que preciso ficar confirmando.

Claro que ainda há jornalistas dignos de nota, como, por exemplo, Heródoto Barbeiro, mas assim como outros, está preso a uma empresa que está alinhada ao lucro ou submissão e não a um compromisso com os fatos ou com uma informação livre de influências.

Heródoto tem mais de 50 livros publicados, é um historiador e professor com uma didática perfeita, raramente desconhece um assunto, suas intervenções como comentarista são perfeitas, mas – por motivos que desconheço – anda um pouco ausente, tanto na TV quanto nas redes sociais.

Meu interesse pelo comportamento de profissionais da comunicação e imprensa é que também me considero jornalista, não me apresento como tal, embora possa fazê-lo, uma vez que já trabalhei muitos anos como comentarista em jornais e revistas e esta é uma profissão que reconhece a experiência prática como referência, porém nunca foi minha ocupação principal, então ainda prefiro me apresentar como especialista em TI ou mesmo professor, já que busquei a formação de pedagogia para poder trabalhar nesta área, que sempre me interessou.

Lá no início da vida profissional também fui militar, por 3 longos anos, depois me dediquei ao trabalho como decorador, pois minha formação inicial me levou a esta profissão, que exerci por 15 anos, com bastante sucesso, mas em determinado momento tive que fazer uma escolha e a TI me atraiu mais, o jornalismo vem desta compulsão por escrever, por comentar.

Em toda vida, jamais consegui exercer uma única profissão com prioridade, sempre estive fazendo várias coisas diferentes ao mesmo tempo, tanto que informalmente sempre me apresento como “faz-tudo”, termo depreciado em nossa sociedade, mas que não deveria.

No passado tive muitas referências e a primeira a me fazer ter interesse pela política foi Henfil, mais conhecido como cartunista do que como jornalista, mas ele também era um “faz-tudo” escrevia livros, desenhava e, ao mesmo tempo, se dedicava a abrir os olhos das pessoas para o mundo em que vivíamos. Era um dos caras que participavam de um jornal icônico dos anos mais duros de nossa política, o “Pasquim” ao lado de nomes de grande relevância de nossa cultura e ativistas incansáveis, como o próprio Henfil, com o qual tenho uma história, que conto em meu livro “Jogos, Revistas & Computadores” que mais do que um livro é uma espécie de documentário sobre os anos de 1970 a 2000, com foco exclusivo na informática, tudo em primeira pessoa, com fatos que participei diretamente.

Henfil foi uma influência para muitas coisas, notadamente as que considero melhores, este autógrafo aí mostra que de certa forma também fui uma boa influência para ele, algo que nunca imaginei na época, em que era apenas um menino, deslumbrado com personagens de cartum e também com o primeiro livro dele que li, “Henfil na China”, que foi como um despertar para a política, não era um livro para crianças, mas creio que eu já não era mais tão criança quanto parecia. Enquanto ele escrevia os artigos que deram origem ao livro “Cartas da Mãe” tive o privilégio de trocar cartas com ele, que infelizmente se perderam no tempo ou seriam uma preciosa herança.

Desde muito cedo eu tinha minha própria Internet, onde trocava cartas (cheias de textões) com muitas pessoas, cheguei a mandar carta até para a rainha da Inglaterra, que respondeu, mas o papo não prosseguiu, até porque levei meses para ler a resposta, que veio em inglês e eu não encontrava quem a traduzisse. Era, cartas para amigos, especialmente amigas e Henfil foi um deles.

Como gosto do tema – jornalismo – preciso ter referências e apesar de existirem grandes nomes no passado, acredito que o passado não se aplica a atualidade, pois antigamente estávamos engessados em um jornalismo mais voltado para formação de opinião, uma espécie de quarto poder que perdeu a credibilidade. Tanto que minha referência, por muito tempo, foram os jornais da Globo e hoje sei o quanto fui enganado. Atualmente creio que não existe mais um jornal confiável, seja na imprensa escrita, televisiva ou de rádio, só resta a Internet, que também precisa ser checada ou ter alguém confiável à frente.

E Alexandre Garcia, tem sido meu único porto seguro, sem contar que ele tem algo que me falta totalmente, o poder da concisão, de falar ou escrever sem “passar do ponto”, como sou frequentemente “acusado” de fazer. Infelizmente para mim é tarde, então me aceitem como sou ou não leiam, porque a única coisa que me sobra é ainda questionar e fugir de inventar, posso até errar, pois isso é inerente ao ser humano, mas ninguém me verá, propositadamente, repassar algo que não tenha me convencido.

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