Rede pessoal de Divino Leitão.
AMAZON X HBO

AMAZON X HBO

ANÉIS OU O TRONO DE FERRO?

Entre os lançamentos mais esperados para 2022 — nas séries — estão “Os Anéis do Poder”, da Amazon e “Casa dos Dragôes” da HBOMax e chegaram quase que simultaneamente ao Brasil.

São dois tipos de séries muito parecidas, sendo que a série da Amazon deriva da obra “O Senhor dos Anéis”, criada por J. R. R. Tolkien, (03/01/1892 – 02/09/1973) e a série da HBO vem de “Fogo e Sangue” de George R. R. Martin (20/09/1948) que faz parte de uma séria de livros do autor, incluindo “As crônicas de gelo e fogo” que inspirou a série “Game of Trones”.

A série inspirada em Senhor dos Anéis, não tem qualquer participação direta de Tolkien, já falecido, mas a série inspirada nas obras de  GRRM tem a participação ativa do autor original, tanto como produtor como quanto consultor dos roteiristas.

No caso de Tolkien a parte em que se situa “Os anéis do Poder” correspondem a uma primeira e segunda era, sendo que a terceira era se iniciaria com “The Hobbit” e “O senhor dos anéis”, um período de 3 mil anos, sendo que a terceira era é o que assistimos nos filmes mais recentes, no cinema, com a marca do diretor Peter Jackson.

Peter Jackson, diretor de Senhor dos Anéis no cinema.

Já houve outras séries e adaptações inspiradas na obra de Tolkien, porém nunca fizeram sucesso, já a obra de GRRM saiu dos livros direto para a TV, com estrondoso sucesso e durante 8 temporadas com 73 episódios exibidos entre 2011 a 2019.

Infelizmente não acompanhei a série GOT, que comecei a maratonar apenas em 2019, acompanhando somente a última temporada em tempo real. (Divino Leitão)

GOT tinha uma legião de fãs que enchiam a Internet com comentários, fã clubes e muita, mas muita mesmo, discussão.

As novas versões de ambas as obras estreiam com a parte de “muita discussão”, ligada no máximo sendo que a grande maioria dos comentários são depreciativos, inclusive de parte dos fãs das obras originais, sejam livros ou outras referências, mas fica claro que a maioria “não viu e não gostou”.

QUEM ENTENDE DE FATO?

Sabemos como são os internautas, adoram dar palpite no que não entendem e deixo claro que eu mesmo entendo pouco de ambas as obras, sou apenas um apreciador. (Divino Leitão)

Em diversos comentários há “leitores” que — obviamente — nunca leram tanto os livros de Tolkien quanto de GRRM e tampouco se deram ao trabalho de fazer uma simples pesquisa na Internet, onde tem muita informação sobre os autores, seus livros e as séries ou filmes.

Li alguns livros de Tolkien e sinceramente não me tornei fã dele pelos livros, acompanhei mais o uso de suas obras para jogos de RPG ou adventures, quase todos inspirados no universo que ele criou. Já os livros do GRRM nunca li e nem acompanhei outros produtos, exceto GOT, que quando conheci comecei a assistir compulsivamente, houve dias em que assistia 5 episódios de uma vez… talvez mais. (Divino Leitão)

As referências citadas neste artigo são quase todas frutos de leitura de informações da Internet, a maioria do IMDB ou Wikipédia e muita coisa em pesquisas no Google. Não pretendo citar cada referência, no máximo serão informados links de um ou outro artigo ou vídeo.

Um prezado amigo — que já foi meu aluno quando ainda era um menino — foi quem me apresentou Tolkien, inclusive me emprestou o “The Hobbit” que foi lido e corretamente devolvido. já que eu sabia de seu apreço pela obra. Seu nome é André Kishinev e tinha por volta de 16 anos quando o conheci e lhe dava aulas de informática; Hoje é reitor do Instituto Infnet, uma das melhores escolas de tecnologia da América do sul.

Poderia dizer que fui um bom professor para o menino e realmente me esforcei, mas a verdade é que aprendi mais com ele do que talvez ele comigo. (Divino Leitão)

Já tudo que sei de GRRM é o que consegui na Internet e o que vejo dos filmes baseados em sua obra e que está ainda em plena atividade, inclusive atuando como consultor direto nas séries.

George R R Martim ou GRRM, autor das obras nas quais se baseiam a serie GOT e “Casa do Dragão”

AS SÉRIES

Ambas estão na primeira temporada, sendo que “Casa do Dragão” disponibilizou o primeiro episódio gratuitamente no Google, ponto para a HBO.

Já a série da Amazon só pode ser vista pelos assinantes ou pelas vias transversas que não recomendo, até porque uma assinatura do Prime Video da Amazon tem diversas compensações e se ainda não tem, compre uma pelo link da revista Micro Sistemas, assim ajuda a nos mantermos e não paga nada além.

Assine Prime Video e apoie a revista Micro Sistemas, sem pagar nada a mais.

Claro que cada pessoa tem um sentimento diferente ao assistir um filme, série, jogar, ler ou usar uma das inúmeras opções de relacionamento virtual existentes na atualidade (esta matérias foi escrita em 09/2022) e haverá muitas outras no futuro. No momento a intenção é apenas fazer uma comparação entre as duas séries.

A CASA DO DRAGÃO

A casa do Dragão

Esta série é inspirada em uma era medieval, criada a partir da obra “Fogo e Sangue” de George R. R. Martin.

O autor tem predileção por criar inúmeros personagens, com uma complexa biografia e árvores genealógicas, com as quais vai brincando ao longo do texto e a qualquer momento um destes personagens — independendo de sua “importância” na obra — pode morrer, sem qualquer aviso prévio.

Talvez este seja o maior mérito da obra de GRRM, pois se tirar esta parte de mortes violentas e súbitas, sua criação não difere muito de outras obras similares. (Divino Leitão)

Claro que o autor tem muitos outros méritos, consegue dominar essa imensidão de personagens de forma a que o leitor ou espectador não se perca, cada um tem características marcantes, como o anão, cujo personagem chama-se Tyrion Lannister e é irmão gêmeo de um dos mais valentes protagonistas e percebe-se que ele próprio é um dos protagonistas e apesar de ser um personagem  aparentemente fraco e desprezado, tem imenso valor em toda a obra.

A discrepância física entre os dois personagens e a própria forma como se tratam é cheia de ambiguidades e isso vai mudando ao longo da narrativa.

Outro personagem muito interessante e que só surge mais para o final da obra é chamado de “Verne Cinzento” e também demora a ter seu valor compreendido, trata-se de um ex-escravo que se torna um dos maiores guerreiros da obra, onde guerreiros não faltam. As sutilezas deste personagem definem a pluralidade e imaginação de GRRM.

O autor ainda brinca com uma espécie de zumbis, inclui dragões, gigantes e todos os tipos de aberrações, todos girando em volta de um trono de ferro, construído com as espadas dos inimigos derrotados, não espere jamais tentar descobrir o que irá acontecer e não aceite ler spoiler, bloqueie quem te contar quem morre e principalmente quando, porque a morte ronda qualquer personagem… GRMM os mata tão facilmente quanto os cria e ainda por cima traz alguns de volta a vida, esta também é uma marca do autor, portanto assista mais um pouco antes de chorar por algumas mortes.

É uma série para só ler comentários depois de assistir.

OS ANÉIS DO PODER

Esta série é baseada na obra de Tolkien, porém não exatamente em livros publicados, mas uma série de textos que Tolkien não quis publicar ou que foram recusados na sua época, em que os editores ainda não sabiam de seu valor literário. Parte dos textos até foram publicadas, mas em outro contexto.

J. R. R. Tolkien, criador da obra “Senhor dos Anéis” e outras associadas.

O “tempo” na obra de Tolkien abrange 3 milênios, sendo que a parte mais conhecida é aquela na qual se baseiam os filmes de Peter Jackson, que acontecem no terceiro milênio.

“Anéis do Poder” está localizada inicialmente no primeiro milênio e por não ter sido publicado há espaço para muita licença poética da parte dos roteiristas e este é um dos pontos mais comentados — e criticados — especialmente pelos que dizem não querer assistir — mas sabemos que que vão — só querem, antes, fazer muito “mimimi” sem o mínimo contexto.

Um exemplo de crítica é adaptar as criaturas de Tolkien a uma nova realidade que vivemos e que não se pode dizer se é uma prática boa ou ruim.

Para ficar apenas em um exemplo, sem entrar em questões mais polêmicas tem pessoas reclamando de alguns personagens serem “feios”…

Imagem de um Orc, em “Anéis do Poder”

Ok, um Orc sempre será feio para nós humanos e certamente para Elfos ou até “pés peludos” mas poxa… qual seria o conceito para “feio/bonito” em um verdadeiro universo criativo, que reúne todo tipo de raças e espécies? Quase todas simplesmente criadas pela imaginação de Tolkien???

Desde que a série foi anunciada e apareceram alguns personagens, os “mimizentos” estão se digladiando em críticas sem qualquer sentido.

Tenho apenas a experiência visual de Peter Jackson e algumas ilustrações de RPG, alguns foram criados para transmitir medo e não o contexto de feio ou bonito. Não há como criticar personagens que ainda nem foram apresentados e os que foram estão excelentes para mim, se não estão para outras pessoas, que pelo menos façam uma crítica construtiva ou talvez fundamentada. (Divino Leitão)

Os personagens são muito interessantes, estão sendo apresentados aos poucos e cada um vai conquistando o amor ou ódio de quem assiste, mas o argumento “não vi e não gostei” me parece bastante ignorante, especialmente se é para comentar algo… se não viu, então não comente, assim qualquer um fica “melhor na foto”.

O que os primeiros episódios demonstraram foi um capricho com a localização no extenso universo que Tolkien criou e detalhou com mapas muito precisos, que inclusive fazem parte de sua obra. Sem contar os milênios passados entre o que conhecemos e o que nunca vimos, que é o caso destas novas histórias.

Tem muitos personagens ainda envoltos em mistérios, como um provável alienígena, que parece ser novidade na obra de Tolkien, mas como já foi dito, vale toda licença poética, afinal não é mais Tolkien escrevendo e se fosse, certamente faria do jeito dele, não deixaria outros fazerem, como nunca deixou… ou pelo menos é o que parece, baseando-se em sua história.

A série está muito legal, claro que haverá quem não goste, mas não há motivos para que os que não querem nem ver fiquem dando palpites ou pior… criando SPOILERS no prazer alheio.

Não quer assistir, não assista, mas não tente estragar o prazer de quem quer.

E se você é racista ou apenas não gosta de ver um Elfo

SPOILER

Não se preocupe, não haverá spoiler neste texto e em nenhum outro da MS. Aqui respeitamos o leitor, não colocamos propaganda no meio do texto e não praticamos este detestável costume.

Tive que bloquear uma conhecida famosa por conta de seus comentários sobre GOT, ela, mulher inteligente e de grande destaque não aguentava e dava cada spoiler que mesmo não acompanhando em tempo real, me incomodavam e continuaram a incomodar quando fui maratonar. Vou poupar-me de cita-la, até porque a bloqueei mais pela sua dificuldade em aceitar criticas e facilidade em faze-las. (Divino Leitão)

spoiler é uma verdadeira praga, um outro famoso, também muito conhecido, fez no jornal “O Globo”, em sua coluna,  com muitos leitores e que sequer falava muito sobre cinema. um spoiler “mortal” sobre um clássico da Sétima Arte, o filme “Thelma & Louise” que tem uma cena final, que se for contada, estraga completamente a experiência de ver o filme e fez de propósito, como se a intenção fosse esta mesmo, punir quem ainda não tinha visto o filme.

Eu era fã deste inominável colunista e simplesmente parei de ler sua coluna, nunca mais li nada que viesse dele e eu gostava dos seus textos. (Divino Leitão)

E o que mais é visto, escrito pelos “comentaristas virtuais” — especialmente os que “não viram e não gostaram” — de ambas as obras deste artigo é algo como um prazer sádico em fazer spoiler. Um deles já chegou a comentar quem vai morrer, baseado na obra anterior, o que demonstra que realmente não sabe nada de GRRM, deve ser aquele tipinho que fica na porta do cinema, anunciando aos que vão assistir, que o “assassino é o mordomo”.

Tem até uma piada sobre isso, uma história sobre o nome do filme “Psicose” em Portugal. Mas é apenas mais uma maldade com nossos conterrâneos e nem será citada, pois seria spoiler para quem não assistiu a esta obra fantástica do mestre Hitchcock e se nunca assistiu, tem de graça no Youtube, inclusive continuações.

Hithcock, o mestre do suspense.

A OPINIÃO DA MICRO SISTEMAS

Ambas as séries são muito bem produzidas o que aumenta bastante nossas opções depois de um longo inverno de produções — bem ao estilo Westeros — temos duas histórias com uma mesma temática, porém bem diferentes em termos de narrativa e ambas fantásticas.

Se isso vai melhorar ou não é difícil saber, porém pelo histórico e qualidades que já foram mostradas, percebe-se que é uma opção muito boa de entretenimento.

Aqui vamos assistir e ficar esperando ansiosamente por cada episódio e lamentar as esperas, que certamente vão ocorrer e principalmente não vamos fazer spoiler.

Nossos parabéns aos produtores e que possam continuar o bom trabalho, mesmo porque está cada vez mais fácil “descontentar” todo mundo ou cobrir os altos custos de produções assim, isso é algo que muitas pessoas não compreendem, querem apenas ficar de “mimimi” ao invés de ir maratonar os filmes, para se posicionar melhor nas histórias e também aguentar esperar uma semana entre cada episódio.

Sempre fui apaixonado por cinema e sou de uma época em que se perdia um filme seria muito difícil ver novamente, ai vieram os VCR, os CDs e DVDs e atualmente — enquanto escrevo estas palavras — temos acesso pleno a obras muito legais, a um preço justo e no conforto de nossa casa. Porque não aproveitar isso, ao invés de ficar reclamando? (Divino Leitão)

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